O estado de Manchukuo, criado em consequência da ocupação japonesa na Manchúria, seguia uma ideologia confucionista. O "caminho real", ideia de Mêncio - governo pelos que detinham a força e governo pelos que eram legitimados pelo céu - era o postulado dominante. Antes esta região era controlada por senhores da guerra que detinham a força; agora era controlada por um governo legítimo. Seguiam uma ideia de progresso, mas utilizando uma ideologia conservadora chinesa.
Este estado pretendia demonstrar que era o resultado da vontade popular - o que era difícil, pois não só não havia uma história de reclamação da sua independência, como a maioria da população era han (a etnia maioritária na China). Este era um estado fantoche, na medida em que as decisões eram tomadas em função dos interesses japoneses. A governação era seguida em grande parte pelos japoneses, havia peritos do Japão na administração pública e a Companhia de Caminhos de Ferro do Sul vêm a exercer as suas funções em todo o território, bem como o Exército de Guandong.
O Manchukuo estava subordinado ao estado japonês - de acordo com o "novo imperialismo" era um estado independente, mas governado na prática por um estado novo imperial - o Japão.
O Japão utilizou no Manchukuo um modelo que pretendia vir a desenvolver em toda a Ásia. Daí a propaganda acerca do Manchukuo: "o pomar do mundo", "todos vivem em paz", "o paraíso de um novo país, de um novo povo", "paraíso dos antepassados" - ideia de nação.
Depois da instituição da República na China, em 1912, optou-se por preservar o imperador, como forma de pacificação. O imperador não tinha poderes políticos, mas era pago pelo Estado chinês para que mantivesse o seu estilo de vida, incluindo a residência na Cidade Proibida e Palácio de Verão. Esta situação permaneceu até 1924, data em que o imperador foi expulso. Puyi passa a viver na concessão estrangeira japonesa de Tianjin como forma destes estreitarem os seus laços com os manchus. Os japoneses concordavam com um estado manchu, mas não que fosse restabelecida a dinastia Qing. Um compromisso foi alcançado e em 1934 foi dado a Puyi o título de imperador do Manchukuo.
Ao contrário do que refere muita da historiografia chinesa, segundo a qual houve uma resistência generalizada à ocupação japonesa, tal não terá sido assim. Pelo contrário, é certo o colaboracionismo generalizado das elites locais. Esta situação deveu-se à política de não resistência do KMT, com encorajamento do colaboracionismo, e à oposição a Zhang Xueliang, o senhor da guerra local, em virtude da sua aplicação de recursos económicos em meios militares para conquista da supremacia nacional. Por outro lado, havia um saudosismo relativamente ao estado imperial chinês e sentia-se que se tinha entrado no caos com a república. Ou seja, a ideia era a de que o modelo imperial era aquele que deveria ser seguido e que a ligação aos japoneses era necessária para a longo prazo se criar uma sociedade estável. Não obstante, os meios usados pelos japoneses também forçaram esse colaboracionismo, quer com a actuação pela força, quer através da persuasão de projectos sedutores de bem estar social e redução fiscal.