quarta-feira, 4 de março de 2015

Seria Mao inovador ao colocar os camponeses no centro da sua manobra?


A historiografia ocidental começou por se centrar na "tese maioista", segundo a qual o pensamento de Mao não era ortodoxo, pois ao falar dos camponeses, ao invés do proletariado, seguiu por um caminho diferente daquele seguido pelos influenciados pelas doutrinas soviéticas. Fairbank apontou que essa diferença de Mao se verificava pelas próprias circunstâncias da China, sendo, pois, normal que Mao seguisse orientação distinta. Um seu pupilo, Benjamim Schwartz, utilizou pela primeira vez o termo "maoismo" em 1951, afirmando que Marx e Engels não haviam pensado num papel criativo dos camponeses numa revolução e que Lenine apenas pensou nos camponeses como auxiliares do proletariado revolucionário das cidades.
Já outros pensadores, porém, recusam a originalidade de Mao e apontam a "lenda do maoismo". Karl Wittfogel defende que os camponeses têm no marxismo - leninismo um papel revolucionário fundamental, com papel na revolução burguesa anti-feudal, e já falavam mesmo na revolução no quadro das colónias e semi-colónias pré-capitalistas - a situação da China era uma de atraso em relação àquela pensada por Marx para o modelo socialista e, então, era vista como um destes casos. Dizem que, por outro lado, Lenine já tinha falado na importância de se dar atenção aos camponeses e de se criar sovietes de camponeses (para a Rússia) e que Estaline havia também falado da necessidade da criação de sovietes de operários e camponeses.

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