Desde a chegada de Vasco da Gama à Índia, os portugueses vão ser representados de diversas formas.
Eram chamados de "firangi" (francos), termo que mais tarde viria a ser utilizado para todos os europeus.
Durante muito tempo os portugueses vão ser vistos como mais um povo asiático, tomados em Malaca como bengalis, no Japão como locais da Índia. Os próprios jesuítas foram vistos como religiosos asiáticos, budistas. A ideia de Europa era extremamente vaga.
Mas embora fossem vistos como asiáticos, nem por isso deixaram de ser encarados como exóticos, quer na fisionomia - cor da pele, olhos, cabelos - quer no traje. As fontes asiáticas falam dos portugueses como gente bem vestida, com calças em balão, chapéus como marca distintiva. O fascínio pelo traje dos portugueses chega mesmo ao ponto dos soberanos asiáticos trajarem à ocidental.
E, depois, aparecem um conjunto de animais exóticos acerca dos quais vão surgir referências, como o peru e o pavão. Os portugueses faziam-se acompanhar por cães e escravos. E vinho, a tal ponto que são retratados pelos asiáticos acompanhados de copo na mão. O acto de beber era considerado imoral, decadente, mas por outro lado atraia os asiáticos.
Os portugueses eram ainda retratados como possuindo falta de modos, como gente rude, sem maneiras, suja, impossível de receber nas cortes imperiais. Gente associada ao canibalismo e, sobretudo, grandes apreciadores de carne de criança.
Outra imagem forte é a da condição marítima dos portugueses, associada à sua grande mobilidade, sempre em movimento para alguma direcção. Daí terem sido comparados a peixes - gente do mar que só aí sobrevive.
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