Li Mo Yan, o Prémio Nobel da Literatura de 2012. O eleito foi o único livro do chinês que está traduzido em português, o "Peito Grande, Ancas Largas", precisamente aquele que o autor disse ser a sua obra obrigatória.
São 600 longas páginas, algumas delas pareceram-me a mais, outras delas entusiasmastes.
Conta a história da família Shangguan, em especial da Mãe que deu à luz 8 filhas mais 1 filho, todos sem serem do seu marido estéril, e os criou a todos e ainda a netos e crianças que lhe iam deixando.
E essa história desenrola-se ao longo da própria história da China do último século: a invasão japonesa no século XX, a grande fome dos tempos de Mao - o grande salto em frente e a revolução cultural - e a ascensão de uns quantos oportunistas durante o regime comunista que sobreviveu a Mao. Muito drama, provação e ironia à mistura.
É uma espécie de realismo mágico, tão ao jeito dos latino-americanos, com cenas estrambólicas no caminho, como os sonhos do único filho varão, Jintong, obcecado por seios e viciado no seu leite até tarde na sua adolescência. Estas e outras marcas de erotismo que se pensa não esperar encontrar em livros de um chinês ainda assim bem visto pelo governo.
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