terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Ip Man

Ip Man entrou para a história como mestre do kung-fu e mentor de Bruce Lee.
Não é, de todo, as artes marciais que me atraem nos dois filmes que vi sobre Ip Man. 


O primeiro que vi, levando o nome do mito, de 2008, tem cenas de luta que encantarão os adeptos dos filmes de acção. Mas tem, sobretudo, muito enquadramento histórico.
Ip Man nasceu ainda no século XIX, época em que os manchus governavam a China. Passou pela guerra civil entre nacionalistas e comunistas. Pior, assistiu à cruel invasão dos japoneses na década de 30. Bem nascido, passou fome, mas neste filme mostra que não se rendeu ao domínio japonês. Depois acabaria por rumar a Hong Kong, onde acabou a sua vida.


Neste (que já se foi) ano de 2013 estreou o muito aguardado novo filme de Wong Kar-wai. E qual a temática do mestre da melancolia? Precisamente Ip Man. O Grande Mestre foi, para mim, no entanto, uma desilusão. A estética wongkariana está lá toda, as lutas são de uma beleza suprema, com os pingos da chuva a desempenharem um papel de actor principal. Mas onde falha, para além de me ter deixado confusa, é precisamente no enquadramento histórico, onde o realizador claramente não quis entrar, apenas passando pela rama. 

Por isso, aí temos: para quem quiser entender a vida de Ip Man é ver o filme de mesmo nome, dirigido por Wilson Yip; quem quiser ver cenas bonitas é ficar com O Grande Mestre, de Wong Kar-wai.

Sem comentários:

Enviar um comentário