quarta-feira, 1 de junho de 2011

Alguns filmes do Vietname e Camboja

Já conhecia uns filmes que adorei de um realizador vietnamita, de seu nome Anh Hung Tran.



São eles Cyclo (1995) e The Scent of Green Papaya (1993).
O primeiro é um bom retrato de um jovem condutor de bicicleta que transporta pessoas pelas ruas de Saigão mas que, para ganhar dinheiro, acaba por se envolver com criminosos. Não é um filme leve, mas como diria o outro, é espantoso!
O Odor da Papaia Verde é simplesmente lindíssimo, de uma sensibilidade tocante, nem era preciso o som do piano.



E, depois, há O Amante (1992), que não é de Anh Hung Tran nem de nenhum vietnamita (é de um realizador francês), mas é uma adaptação do livro de mesmo nome de Marguerite Duras, a francesa que viveu toda a sua infância e adolescência na Indochina. Este filme também é bom e não esquece de filmar os encontros dos amantes no bairro de Cholon (entre quatro paredes), que Duras conseguiu tornar mítico.
Não sei se gostei tanto destes filmes por os ter visto na sequência de uma viagem ao Vietname, com a vida acelerada das ruas e as cores e os cheiros dessa Ásia bem presentes. Mas já tinha lido O Amante e fizemos (eu e a mana) questão de ir até Cholon, a alguns quilómetros da antiga Saigão, hoje Ho Chi Minh City. É a maior confusão por lá, seja no mercado seja nas ruas, que são também elas um mercado interminável e constante. E, depois, é inesquecível – porque tudo faz parte – a pobreza imensa das casas de latão junto ao canal nojento. Pois é, nem todas as águas têm o encanto do Mekong, mas se não se quer levar assim a seco um murro no estômago pelo contacto directo com a realidade, talvez começar por ver estes filmes seja uma boa ideia (apesar de que dos citados, apenas Cyclo pode ser considerado algo violento; O Amante só chocará pela “libertinagem” e decadência de uma família que supostamente faria parte da classe dos colonizadores).
No entanto, o filme O Amante não terá sido filmado em Saigão, mas em Sadec, no delta do Mekong, onde Duras também viveu.
E há ainda outro filme de uma adaptação de uma obra de Duras: Un Barrage Contre le Pacifique (2008), do cambojano Rithy Panh, que eu ainda não vi.
Assim como do mesmo autor ainda tenho para ver – espero que bem antes do Natal – The Rice People (1994), Un Soir Aprés la Guerre (1998) e, quando o conseguir sacar, S-21, la Machine de Mort Khmere Rouge (2003), todos sobre a tragédia e o trauma criados pelo Khmer Rouge de Pol Pot que assolou o Camboja nos anos 70.



Sobre esta temática tive a oportunidade de ver o mais antigo e famoso Killing Fields (1984), dois jornalistas que cobrem as atrocidades daquele regime: o americano safa-se, o cambojano vai parar aos campos da morte.



E, voltando ao Vietname e às adaptações, fica a faltar falar do Americano Tranquilo (2002), talvez destes todos o filme que mais sucesso fez, baseado no livro de Graham Greene, um triângulo amoroso em Saigão, com muita traição, passado no começo da guerra do Vietname.

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