segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Twilight in the Forbidden City, de Reginald F. Johnston


Twilight in the Forbidden City é um livro de Reginald F. Johnston, um académico e diplomata britânico, mais conhecido por ter sido o tutor do último imperador da China, retrato que nos foi dado por Bernardo Bertolucci no seu filme "O Último Imperador".
Publicado em 1934, Twilight in the Forbidden City é uma espécie de memórias dos anos - e foram 32 - que Johnston passou na China (entre 1898 e 1930). 
Durante 1919 e 1924, enquanto tutor de Puyi, teve acesso especial à corte imperial Qing, como nenhum outro estrangeiro antes tivera. Nessa medida, dá-nos uma visão única e privilegiada não só da corte e da Cidade Proibida, mas também dos acontecimentos históricos dessa época. 
E foram muitos e determinantes. 
Desde logo as reformas de 1898, que terão oposto Kang Youwei a Cixi. 
Após a morte desta, a revolução de 1911 que levou à implantação da república na China e consequente queda do regime imperial que durava há uns quantos milénios.
Depois, a tentativa de restauração em 1917 e o período dos senhores da guerra.
Seguiram-se os movimentos pós Tratado de Versalhes, na sequência do fim da I Grande Guerra Mundial, como o Movimento 4 de Maio, bem como a ascensão dos nacionalistas e a unificação do país.
E, por fim, as movimentações japonesas que levaram à criação do estado fantoche de Manchukuo, pelo qual Puyi se deixou seduzir.
Muita matéria, portanto.
Como observador privilegiado, o autor descreve os rituais na Cidade Proibida, bem como a sociedade chinesa da época, incluindo movimentações políticas.
A sua opinião acerca de Cixi, a Imperatriz Viúva, ao contrário da de Jung Chang que vimos em post anterior, era francamente negativa. 
Conhecedor da realidade e cultura chinesa, é muito interessante ler o elogio que faz à educação, em especial na relação ente professor / aluno: à volta de Puyi, apesar de este já não reinar, mantinha-se toda a solenidade perante a sua figura, mas este mostrava uma enorme reverência para com o seu tutor. Este, por seu lado, admirava-o e manteve até ao fim dos seus dias uma grande amizade e certeza nas qualidade do seu pupilo, o que o fazia ter esperança de que o futuro do Último Imperador pudesse ser brilhante. Não foi.

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