segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Orientalismo

Chegada ao terceiro ano do curso de Estudos Asiáticos teve de ser uma cadeira de opção livre (ou seja, de outro curso), a "Narrativas de Viagem", a abordar e explicar convenientemente o que é o orientalismo.
O fascínio ocidental pelo oriente é antigo, mas foi Edward Said quem veio, em 1978, com a sua obra maior "Orientalismo", a dar uma nova ideia da temática.
Depois de analisar os vários sentidos da palavra, conclui o autor que o oriente é menos uma localização geográfica do que um lugar comum, uma generalização cultural. E essa generalização cultural foi nos dada por uma tradição de textos produzida ao longo de várias gerações, já desde a Antiguidade Clássica, a qual nos permitiu - a nós, cultura ocidental - afirmarmo-nos face ao outro - o oriente -, inferiorizando-o. Ou seja, é a tradição de textos ocidentais sobre o oriente que justifica a conquista dos povos extra-europeus.
Said vai buscar Michel Foucault e a sua ideia de poder e saber, do poder intrinsecamente associado ao saber, para nos dar uma definição de orientalismo:
"Orientalismo é um estilo ocidental para dominar, reestruturar e exercer a autoridade sobre o oriente".
Logo, o orientalismo é uma actividade discursiva que tem por objecto o oriente e o oriental (a ideia de saber) de uma maneira política e culturalmente interessada (a ideia de poder).
Ou seja, e em resumo, o oriente mais não é do que uma criação do ocidente, o qual criou a sua visão do outro oriental de uma forma comprometida com os seus interesses colonialistas.

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